quarta-feira, 12 de junho de 2013

Pão e Rosas no Pré-Encontro Regional de preparação ao Encontro Nacional LGBT da CSP- Conlutas.


Por Virginia Guitzel, militante do Pão e Rosas ABC



            Nos dias 28, 29 e 30 desse mês se realizará o I Encontro Nacional LGBT organizado pela CSP-CONLUTAS. Será um encontro extremamente importante para organização dos trabalhadores e setores LGTTBIs (Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais, Bissexuais e Intersex) por um viés classista com independência dos governos, patrões e da burocracia sindical, que a partir de uma visão marxista, permita colocar as demandas democráticas como bandeiras dos trabalhadores para que estes possam avançar numa luta anti-capitalista e anti-burguesia aliados estratégicos como a Juventude, os setores e povos oprimidos, pobres urbanos, etc.
Por isso, neste sábado (07.06), realizou-se na subsede da APEOESP de Santo André, o II Encontro de Professores LGBT, organizado pela Oposição, onde a segunda mesa de atividades estava direcionada a preparação deste encontro Nacional. Essa mesa estava composta Everaldo Becker (Membro da executiva estadual da CSP- Conlutas e militante do PSTU) e Tarcísio Ramos (Professor de Santo André e militante do Renovar pela luta). Nós desde o Pão e Rosas participamos dessa atividade como uma primeira reflexão sobre o Encontro Nacional LGBT, seus objetivos e buscando apontar quais eram as tarefas de deveríamos sair deste encontro para avançarmos na organização e na luta para combater a opressão as Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais, Bissexuais e Intersex (LGTTBI).
            O debate passou por diversos pontos importantes. Das dificuldades que os trabalhadores da educação encontram para lidar com a homofobia dentro da sala de aula, mas também na sala dos professores e nos corredores da escola. Da ligação da homofobia com valores religiosos que estavam cada vez mais legitimados pelos acordos do governo Dilma com as instituições religiosas com expressão em Feliciano e na vinda do Papa Francisco ao Brasil, o que reforça a necessidade de um Estado verdadeiramente laico. O índice de assassinatos a homossexuais que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos e a importância que tinha de levar para o conjunto dos trabalhadores essas demandas para que sejam incorporadas como demandas da emancipação humana.
            Em outro momento o debate ficou bastante em torno da preparação do Encontro, do papel que essa central sindical poderia cumprir para a auto-organização dos trabalhadores LGTTBIs e no incentivo de solidariedade do conjunto da classe com os setores oprimidos. Discutiu-se a importância de “quem está comprometido com a classe, independente de ser LGTTBI ou não, de ir ao Encontro seja pra formação ou propostas concretas”. Também sobre a necessidade de lutarmos contra a departamentalização das opressões e das tarefas da revolução socialista. Partindo das mãos de quem está o movimento LGTTBI hoje, muito expresso na parada gay e nos grandes donos das boates gays, dos lucros exorbitantes do Pink Money[1] como forma cooptação de um atraso que a esquerda tem com esse debate especifico de sexualidade.
            Nós do Pão e Rosas intervimos na atividade saudando a importe iniciativa que a CSP-Conlutas estava dando e da própria Subsede em organizar esse pré-encontro. Retomamos a problemática apontada pela mesa sobre a dificuldade da esquerda na luta contra as opressões, que para nós, estava diretamente ligada ao papel que cumpriu o stalinismo, que nos últimos trinta anos foi fortemente propagandeado pela burguesia internacional como “socialismo real”. De como era preciso nos organizarmos como uma alternativa aos LGTTBIs evitando que sejam dirigidos por direções reacionários ou reformistas. Apontando como o governo do PT que se apresenta como “governo para todos”, é o governo onde os assassinatos de homossexuais aumentaram 117%, nos últimos 7 anos. E denunciamos a política reformista do PSOL desde o deputado do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, que próximo a Copa do Mundo (e diversas noticias do governo incentivando as prostitutas a aprenderem outras línguas) apresenta um projeto de lei de regulamentação da prostituição legalizando a cafetinagem. Nos colocamos contrárias a prostituição, em defesa das prostitutas que em sua maioria hoje são travestis e transexuais excluídas do mercado de trabalho transfobico. Por fim, apontamos quais eram dois eixos fundamentais que achávamos que esse congresso precisava discutir e sair com uma resposta concreta:
- A necessidade de colocarmos de pé uma ampla campanha contra a precarização do trabalho! Combater a terceirização, defendendo a efetivação de todos os terceirizados sem a necessidade de concurso público, com o salário mínimo do DIESSE!
- E a urgência de nos colocarmos contra a regulamentação da prostituição e a legalização da cafetinagem (com direito de até 50% da exploração sobre os corpos das mulheres, travestis e transexuais). Assim apontando uma saída revolucionária para as prostitutas, levantando a bandeira de repartição da jornada de trabalho para garantir emprego para todas! Como primeiro passo para ao combate a transfobia!

Convidamos a todos a se somarem esse I Encontro LGBT! 
TOD@S AO ATO dia 28 de Junho, no Arouche ás 20hrs, recuperando os 44 anos da revolta STONE WALL Inn.
           





[1] Pink Money ou Dinheiro Rosa (no português) é uma expressão utilizada para o mercado gay construído como forma de lucrar através de um consumismo direcionado aos setores LGTTBIs. Uma saída que a burguesia garante aos LGTTBIs pequeno-burgueses para viverem com relativa aceitação.

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