quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nota de repúdio do Pão e Rosas ao ataque a Guilherme Rodrigues, militante do Pstu e ativista do movimento LGBT

BASTA DE VIOLÊNCIA AOS HOMOSSEXUAIS!
TODA SOLIDARIEDADE A GUILHERME!

por Guilherme Teles* e Ravenna O'Camb**

A onda de ataques a homossexuais vem aumentando paulatinamente como um dos frutos da reacionária campanha da Dilma e Serra à Presidência em 2010 contra os direitos democráticos das mulheres e dos homossexuais, contribuindo para um agravamento da violência praticada por grupos fascistas de skinheads.

Na última quarta-feira (23), Guilherme Rodrigues, militante do PSTU e ativista do movimento LGBT, sofreu agressões em um ato homofóbico. Foi atacado quando viu um casal de homossexuais ser agredido e tentou ajudá-los, causando a fúria dos agressores. A polícia, ao chegar ao local, assistiu à agressão física e moral que Guilherme sofreu, não movendo uma palha para impedir; e como se isso não bastasse, tentou persuadir Guilherme a não registrar um BO e esquecer o que tinha ocorrido (!!). Porém, o BO foi registrado, e a polícia obrigou Guilherme a registrar seus dados pessoais, inclusive endereço, na frente dos agressores, os quais, minutos antes, também diante da polícia, haviam dito que “estavam na sua cola”.

Ultimamente, temos presenciado ataques deploráveis de grupos radicais de direita e de candidatos à presidência do país, assim como da própria polícia militar, que vem cada vez mais evidenciando o seu verdadeiro papel social de reprimir as lutas dos trabalhadores e da juventude e se furtar a atender as mulheres e homossexuais vítimas de violência, fechando os olhos para a homofobia. A PM chegou a registrar ocorrência contra Guilherme, não apenas negando a punição de seus agressores, como fazendo recair a culpa contra a própria vítima, colocando-o em evidente situação de perigo ao forçá-lo a dizer seu endereço diante dos agressores. A polícia homofóbica que culpa as vítimas é a mesma que reprime com truculência os atos da juventude contra os ataques que os governos desferem contra os trabalhadores, a mesma que sobe às favelas para assassinar os jovens negros. Não podemos ter nenhuma ilusão na instituição policial, que demonstra cotidianamente que não existe para atuar em favor dos oprimidos e dos explorados, mas sim em favor da manutenção das propriedades e dos interesses políticos da classe capitalista.

Alguns casos de homofobia são noticiados na imprensa burguesa, como o caso do espancamento que causou a morte de Marcelo Campos, homossexual e negro, em 2009, ou das recentes agressões na Av. Paulista. Mas a imensa maioria dos casos não chegam ao conhecimento da população e os agressores saem impunes desses crimes desumanos!

Basta de violência a homossexuais, transexuais e ativistas do movimento LGBT!

Repúdio e punição imediata ao grupo que violentou Guilherme!

HOMOFOBIA MATA!!! ATÉ QUANDO?

Precisamos confiar em nossas próprias forças para combatermos a homofobia, nos aliando à juventude e à classe trabalhadora!

Pela liberdade de expressão e exercício de nossa sexualidade!


*Guilherme Teles é estudante do Instituto de Artes da Unesp.
**Ravenna O'Camb é estudante de Ciências Sociais/USP e militante do Pão e Rosas.

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