sexta-feira, 5 de março de 2010

ESTAMOS COMOS TRABALHADORES DA PHILIPS CONTRA AS DEMISSÕES!

Por Aline, Pão e Rosas ABC

A crise capitalista não acabou. Por mais que o presidente Lula tenha dito que era apenas uma marolinha, o aguaceiro de desemprego e ataques aos trabalhadores que continua invadindo a Grécia, Espanha, Portugal e outros países da Europa, mostra seus efeitos aqui no Brasil. Ao mesmo tempo em que nos manifestamos pelos direitos das mulheres nesse 8 demarço, Dia Internacional da Mulher, fazemos questão de trazer à tona as principais lutas dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo contra os ataques dos patrões. Na cidade de Mauá (Grande ABC), a Philips acaba de anunciar o fechamento da fábrica até o mês de junho. Isso significa mais de 400 demissões e centenas de famílias sem seu sustento. O motivo? A ganância dos capitalistas, sedentos por lucros! Após a proibição da produção de lâmpadas incandescentes nos EUA e na Europa, a Philips, ao invés de modernizar suas fábricas e abrir novos postos de trabalho, está demitindo trabalhadores e fechando fábricas.

Somos mulheres trabalhadoras e estudantes que apóiam a greve que está em curso em Mauá. Queremos demonstrar que é possível, sim, a luta pela manutenção dos empregos e contra o fechamento da fábrica – e não apenas uma negociação para que os demitidos recebam uma indenização. Para ilustrar melhor como isso pode acontecer, utilizamos o exemplo dos trabalhadores da Philips na França. Lá do outro lado do oceano, amesma patronal fez a mesma coisa. Demitiu 220 trabalhadores e trabalhadoras e queriam fechar a fábrica. Mas os trabalhadores não se calaram! Fizeram assembléias, ocuparam a fábrica para o patrão não levar as máquinas embora, até que decidiram provar que não precisavam do patrão: COMEÇARAM A PRODUZIR SOB CONTROLE OPERÁRIO. Foram10 dias produzindo! Assim, obrigaram o governo a punir a Philips, que teve que pagar uma multa das grandes, por volta de 25mil euros, readmitir os funcionários e manter a fábrica aberta.

Aqui no Brasil nós também podemos derrotar os patrões! Coma solidariedade dos estudantes parisienses os trabalhadores se sentiram mais fortes, pois todos os dias esses estudantes iam até a fábrica apoiá-los e ajudá-los na sua luta. No ABC Paulista já existe um comitê de estudantes na Fundação Santo André, que chega até a PUC e a USP, para prestar-lhes solidariedade e apoio ativo. Nós do Pão e Rosas nos colocamos ativas nessa luta em solidariedade a todos os trabalhadores e trabalhadoras, suas filhas e filhos, esposas e maridos, porque sabemos que com um processo de demissão tão forte, várias famílias serão afetadas e por essa via, diversas mães e esposas estarão colocadas sob piores condições de vida, aflitas por seus empregos, dos seus filhos ou companheiros. Vamos à luta junto comos trabalhadores da Philips para levar força aos nossos irmãos seguirem em sua luta, pela auto-organização dos trabalhadores.

Não podemos nos contentar com uma indenização que em pouco tempo vai acabar, aprofundando o drama do desemprego para cada uma dessas famílias. Podemos e devemos lutar pelos postos de trabalho! Façamos como os trabalhadores franceses, lutemos até o final para derrotar a patronal! Fazemos um chamado para que as esposas, mães, irmãs e filhas dos trabalhadores da Philips também se coloquem em movimento, que se manifestem, que estejam lado a lado dos trabalhadores para demonstrar que a classe trabalhadora está unida, que as mulheres e suas famílias não se calarão frente a mais esse ataque causado pela ganância por lucros.

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