quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Mulheres, sozinhas é muito difícil! Vamos juntas lutar pelos nossos direitos e pelo fim deste sistema de opressão e exploração!"

Saudação do Pan y Rosas Argentina ao Pão e Rosas Brasil.

No dia 01/08, nós do grupo de mulheres Pão e Rosas realizamos nossa segunda Plenária, com a presença de mais de 70 companheiras, entre trabalhadoras da USP que participaram ativamente da recente greve de trabalhadores, trabalhadoras do comércio, do Carrefour, do Tribunal de Justiça de São Paulo, terceirizadas da limpeza, professores e donas de casa, e também estudantes da Unesp de Rio Claro, Araraquara, Marília, Franca, Bauru e Rio Preto, PUC-SP, USP, Fundação Santo André, Mackenzie, São Judas, Unicastelo Itaquera, Unicamp, estudantes do cursinho popular “Hebert de Souza” de Campinas, pós-graduandas da UFRJ e UEMG.

A mesa foi composta por integrantes de distintas delegações: Carol (Unesp de Rio Claro), Rebeca (Unesp de Marília), Bruna (Unesp de Franca), Diana Assunção (PUC-SP e trabalhadora da USP), Dinizete (trabalhadora da USP), Camila (Unicastelo Itaquera) e Elenir (Unesp de Araraquara). Diana Assunção, dirigente da LER-QI e umas das fundadoras do Pão e Rosas Brasil, abriu a plenária colocando a necessidade de nos posicionarmos contra o golpe em Honduras, fazendo referência à nossa campanha Somos Todas Hondurenhas, e como o Pão e Rosas, por ser um grupo classista sempre se colocou politicamente diante de fatos políticos nacionais e internacionais e agora tem como tarefa construir um forte movimento de trabalhadoras e estudantes que continue lutando em defesa da classe trabalhadora e do povo pobre oprimido, nos posicionando em relação aos escândalos de corrupção do Senado e de José Sarney e denunciando as conseqüências da gripe A para as mulheres grávidas e a população diante da crise da saúde.
As discussões foram de alto nível, traçando uma retrospectiva de nossa atuação ao longo do primeiro semestre de 2009, como a batalha que as estudantes que integram o Pão e Rosas travaram no Congresso Nacional dos Estudantes em defesa dos trabalhadores terceirizados e também no Encontro Nacional de Estudantes de Serviço Social, a atuação na greve da USP onde as trabalhadoras que integram o Pão e Rosas e outras companheiras estiveram na linha de frente, nossa campanha A terceirização escraviza, humilha e divide pela incorporação imediata dos trabalhadores terceirizados, a denúncia das péssimas condições de trabalho que fizemos ao lado das trabalhadoras terceirizadas da PUC, nossa campanha Somos todas Marcelo Campos nos colocando em defesa do exercício livre de nossa sexualidade e em repúdio a qualquer tipo de violência contra os homossexuais, gays, lésbicas, travestis e transexuais, e o combate ao conhecimento que nos apaga da história com o lançamento do livro Lutadoras. Histórias de mulheres que fizeram história das Edições ISKRA.

Algumas companheiras relataram em que nível de discussão e atuação se encontram suas delegações, descrevendo as discussões que já fizeram e de como o Pão e Rosas mudou suas vidas e tinha potencial para atrair mais mulheres por tocar em questões tão concretas de nossas vidas. Mulheres que desconheciam o grupo disseram que se sentiram muito à vontade e que gostariam de levar adiante esta luta junto conosco.
Foi muito importante a discussão política sobre a importância das estudantes se unirem às mulheres trabalhadoras lutando pelo fim deste sistema que explora e oprime mulheres cotidianamente. Discutimos a importância de levarmos a discussão da opressão das mulheres nos espaços do movimento estudantil, como nas entidades que atuamos. Foram discutidas também questões como a violência sexual sofrida pelas mulheres dentro das universidades, assédio moral nos locais de trabalho, a necessidade de retomarmos nossa campanha latino americana pelo direito ao aborto e lutar pelo direito a maternidade plena.

Uma questão muito importante foi a defesa ao povo Hondurenho contra o golpe da burguesia imperialista demonstrando o caráter internacionalista do grupo Pão e Rosas. Pois se nos colocamos contra o capitalismo que se aproveita da opressão histórica da mulher para dividir e explorar ainda mais a classe trabalhadora, sendo este sistema mundial, nossa luta deve ser internacionalista ao lado das mulheres trabalhadoras de todo o mundo. Assim como a campanha que levantamos contra as tropas brasileiras do governo Lula e da ONU no Haiti que estupra e violenta mulheres e crianças.

Um grande passo confirmado nesta plenária é a conformação de um movimento forte que nos locais de trabalho e principalmente nas principais universidades públicas do Estado de SP e de MG e RJ, se encontram jovens e mulheres dispostas a se enfrentarem com seus patrões e burocracia sindical e acadêmica colocando de pé uma agrupação que luta pelos nossos direitos, e que estão dispostas a conquistar mais mulheres para esta luta. Votamos também retomar com tudo a campanha latino-americana pelo direito ao aborto, para fazermos muito barulho no dia 28 de setembro, dia Latino Americano e Caribenho pelo direito ao aborto, reforçar nossas campanhas anteriores, como a da precarização do trabalho e homossexualidade e continuarmos ao lado de nossas companheiras Hondurenhas em resistência e mulheres negras haitianas.

Terminamos nossa plenária com a declamação do poema “Pão e Rosas” de Mara Onijá pela companheira Bianca, da Unesp de Araraquara, e com uma emocionante saudação das companheiras do Pan y Rosas Argentina à nossa agrupação do Brasil que em tão pouco tempo tomou com seriedade e convicção da tarefa de construir um forte movimento de mulheres trabalhadoras e estudantes na luta por nossos direitos e pelo fim desta sociedade de opressão e exploração. Chamamos a todas as companheiras que não puderam participar de nossa plenária, a se reunir com as companheiras que participaram, seguir discutindo, entrar em contato conosco e engrossar as fileiras do Pão e Rosas!

Nenhum comentário: